13 de outubro de 2013
Em ano eleitoral, Bolsa Família vira alvo dos idiotas políticos
Os endinheirados do Brasil e seus representantes políticos
transformam em alvo de ataque o programa Bolsa Família, nos períodos eleitorais. Os ataques já começaram através, como sempre, de nada sutis pautas
de “jornalismo”. Tentam desclassificar o programa social por erros
administrativos da Caixa, das prefeituras e instâncias governamentais e até
mesmo por fraudes nas inscrições. Diante do sucesso como fator de distribuição
de renda, justiça social e dinamização da economia, a mídia deixa de debater o
mérito para se concentrar nas falhas. Nunca deu certo.
Ana Fonseca, pesquisadora do Núcleo de Estudos de Políticas
Públicas da Unicamp, ex-secretária-executiva do Bolsa Família e Carlos Lopes,
secretário-executivo da Comissão Econômica da ONU para a África do Sul
assinaram recentemente (Folha de S. Paulo, 10/10/2013) um artigo intitulado “Uma
década de Bolsa Família”. Eles concluem que os dez anos do maior programa de
transferência de renda do mundo só podem ser motivo de orgulho e esperança para
o Brasil, coisa digna de celebração. Os resultados foram esvaziando o debate em
torno do mérito e sobram os argumentos pobres que exploram falhas
administrativas e pontuais desvios de conduta.
O que aconteceu em dez anos? O programa Bolsa Família desde
quando foi implantado em 2003 (com 3,6 milhões de famílias) e um benefício de
R$ 74 mensais, em média, passou a atender a 13,8 milhões de famílias, com um benefício
mensal de R$ 152, em média. Foi mérito do Governo Lula, mas, foi uma construção
coletiva, fruto de um processo histórico que logrou aperfeiçoar uma engenharia
social capaz de enfrentar a miséria. O incrível é que o PSDB, tendo colaborado
com o nascimento do programa, tenha se dedicado a criticar o programa. De certa
forma, abdicou de sua participação, num debate superficial eleitoreiro de muita
má-fé.
Os estudiosos do Bolsa Família identificam as primeiras
experiências de renda mínima em 1995 em Campinas e Ribeirão Preto (SP) e no Distrito Federal.
Tanto que o ex-presidente Lula, em 2003, adotou a expressão “Bolsa Família, uma
evolução dos programas de complementação de renda com condicionalidades”, claramente
reconhecendo as experiências anteriores. De certa forma, ele neutralizava os
ataques estúpidos partidos dos tucanos. O Cadastro Único Federal foi a grande
conquista, a razão do sucesso. Em 2003 estavam registradas 17,2 milhões de
famílias. Antes havia vários cadastros. O Bolsa Escola repassava mensalmente R$
24,80; O Bolsa Alimentação R$ 21. Vieram os seminários nacionais do cadastro
único reunindo gestores das várias instâncias. Em 2011, o governo federal
inseriu o Bolsa Família numa política mais ampla de transferência de renda, com
o plano Brasil Sem Miséria, assumindo o compromisso de renda mínima de R$ 70
aos brasileiros na faixa da extrema pobreza.
Atualmente, o Bolsa Família virou referência de distribuição
de renda no mundo inteiro. Ainda assim, idiotas políticos tentam desqualificar
o programa. Idiotas políticos e jornalistas idiotas.