6 de março de 2013

 

Plano federal de ferrovias inclui extensão de trecho para Feira de Santana

 
Os trens de passageiros intermunicipais deverão voltar a circular em pelo menos nove estados. Os projetos preveem o aproveitamento de trechos de ferrovias de cargas já existentes, que serão operadas pela iniciativa privada, com tarifas que concorram com o transporte rodoviário. O objetivo é desafogar as rodovias. O Ministério dos Transportes está com estudos avançados. Na Bahia, o estudo sobre a ferrovia que liga Salvador a Alagoinhas, passando por Conceição da Feira, ficará concluído em junho próximo e pretende apontar a viabilidade da extensão de 40 km da linha férrea até Feira de Santana, uma cidade com 568 mil habitantes, a segunda mais populosa do estado, ligada a Salvador pela BR 324, registrando um tráfego intenso de transporte de pessoas e cargas.

Ao todo, segundo reportagem do Valor (05/03/2013), são 1,9 mil quilômetros dos chamados “trens regionais” que têm previsão de começar a sair do papel em 2014. O Ministério dos Transportes possui desenhos avançados de seis trechos, a Sudeco estuda duas linhas na região de Brasília, o governo de Minas Gerais planeja três e o de São Paulo outras cinco ferrovias. Os estudos avançaram depois que o BNDES concluiu levantamento que apontou 64 trechos potenciais de ferrovias que poderiam receber passageiros. A intenção do Ministério dos Transportes é lançar editais até o final deste ano, para que as obras comecem em 2014.

De acordo com Euler Costa Sampaio, coordenador dos estudos dos trens regionais de passageiros do Ministério dos Transportes, a operação dos trens deverá ser feita por meio de Parcerias Público-Privadas (PPPs) ou concessões. “Queremos aproveitar as novas regras do setor ferroviário, que instituiu o direito de passagem nas ferrovias de cargas”, afirmou. Um grande desafio dos trens regionais será a chegada dentro das cidades, em locais em que possa haver integração com o transporte intermunicipal: “tem que haver qualidade e acessibilidade para concorrer com os ônibus. As tarifas devem ser similares às do transporte rodoviário”, ressaltou”.

COSTA DOURADA - O governo federal, através da Sudene, prevê ainda um ousado estudo criando o “Trem da Costa Dourada”, uma linha de 2.000 quilômetros ligando Salvador ao Delta da Parnaíba (Piauí) pelo litoral, passando pela maioria das capitais do Nordeste. Apesar do forte apelo turístico do projeto, os estudos encontram dificuldade para sair do papel. A Sudene está negociando com o governo espanhol o financiamento dos estudos. O superintendente da Sudene, Luiz Gonzaga Paes Landim, garante que o trem é viável e explica que o projeto poderia ser “fatiado”, com início nos trechos de maior movimento turístico como Salvador-Praia do Forte, na Bahia, Recife-Porto de Galinhas, em Pernambuco, Natal-Praia da Pipa, no Rio Grande do Norte e Fortaleza-Canoa Quebrada, no Ceará.

Os planos não são absurdos. Nas décadas de 1960 e 1970 os trens de passageiros chegaram a transportar 100 milhões de pessoas/ano. Com o desinvestimento nas redes, os trens perderam competividade e foram substituídos pelas rodovias. Agora, o problema é outro. As rodovias não comportam mais o movimento de passageiros e cargas.

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