1 de fevereiro de 2012
É preciso acreditar no potencial humano para que outro mundo seja possível
A afirmação é do sociólogo polonês Zygmunt Bauman. É um dos
pensadores que mais tem produzido reflexões sobre os tempos contemporâneos.
Nasceu na Polônia, enfrentou a ocupação nazista na Segunda Guerra Mundial, foi
militante ativo pela construção do socialismo em seu país. Viu o desmoronamento
do regime estalinista e vive hoje na Inglaterra. É professor Emérito de
Sociologia da Univerdade de Leeds e Varsóvia.
Bauman criou o conceito de “modernidade líquida”, em vez do
desgastado termo “pós-modernidade”. Na modernidade líquida o cidadão (como
sujeito de direito) transforma-se em indivíduo em busca de afirmação no espaço
social; a solidariedade coletiva dá lugar à competição e disputa; os sistemas
de proteção estatal se enfraquecem e surge um ambiente de incertezas; as
responsabilidades por eventuais fracassos são reduzidas ao plano pessoal;
abandona-se o planejamento a longo prazo e há um divórcio entre poder e
política.
Na “modernidade líquida” a idéia de progresso é transferida
para a sobrevivência individual. Os acadêmicos que estudam a Cibercultura o criticam,
por suas posições que relativizam a importância da globosfera, do mundo
virtual. Em 1998, Bauman recebeu o Prêmio Adorno, pelo conjunto de sua obra,
centrada nas conexões sociais, na Era Contemporânea e nas ligações entre
Modernidade e Holocausto. Entre suas obras destacam-se “Amor Líquido”, que
trata da flexibilidade das relações humanas na atualidade e “Vidas
Desperdiçadas”, recuperando uma perspectiva humanista do mundo.
A Edição Especial da revista CULT publica uma boa entrevista
com Bauman. Ele está incluído na série “Filosofia contra o sistema”, que inclui
Marx, Adorno, Deleuze, Foucault, Hannah, Bourdieu, Sartre e Habermas.