19 de novembro de 2011

 

Os “amigos” da Internet serão mesmo amigos de verdade?


Na entrevista dada à CPFL Cultura, pelo sociólogo polonês, Zygmunt Bauman, um dos mais densos pensadores vivos da contemporaneidade (leia trechos da entrevista logo abaixo), me a atenção sua crítica ao que a “rede” chama de “amigos”. Um viciado em Facebook gabou-se de ter feito 500 “amigos” em um só dia. Que “amigos” são estes? Não há laços humanos, não há laços de comunidade. Você apenas conecta e desconecta “amigos”. Fazer amigos de verdade é muito difícil, você tem que ter relações, frente a frente, olho no olho, romper essas relações é sempre traumático. Você tem que explicar-se. Já o “amigo” da “rede” basta desconectar. Você então terá então apenas 499 “amigos”, mas a conta poderá ser refeita no outro dia. Faltam laços humanos, que são uma bênção e uma maldição ao mesmo tempo. Bênção porque é muito prazeroso ter um parceiro ou parceira em quem confiar. Muitos jovens internautas possivelmente nunca vivenciaram os laços humanos. E é uma maldição, porque quando você entra no laço faz quase um juramento eterno, até a morte nos separe. No mundo atual, há espaço para os “amigos” da “rede” porque a vivência comunitária se rompeu, há uma multidão de solitários. Estamos todos numa solidão e numa multidão ao mesmo tempo.


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