24 de julho de 2011

 

Família de Luis Merlino leva novamente coronel torturador à Justiça

O coronel Carlos Brilhante Ulstra é um torturador confesso. Ele foi comandante de um dos principais aparelhos de tortura, repressão, assassinatos e desaparecimento de presos políticos durante a ditadura militar. O criminoso ainda está vivo e solto. Nesta próxima quarta-feira (27) no Tribunal de Justiça de São Paulo, às 14h30, vai acontecer uma audiência. O torturador vai dar sua versão dos acontecimentos. O cara é um mentiroso descarado e cínico.

A sessão, marcada no Fórum João Mendes, centro da capital paulista, diz respeito a uma ação por danos morais movida pela família de Luiz Eduardo da Rocha Merlino, militante assassinado nas dependências do Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), o aparelho de tortura que Ustra confirma ter comandado de 1970 a 1974, um dos períodos de recrudescimento do regime totalitário.

Os parentes não visam à obtenção de indenizações financeiras, mas ao reconhecimento pelo Estado brasileiro de que o militar é o responsável pela morte. Uma eventual decisão favorável aos Merlino não significa, infelizmente, a possibilidade de prisão do coronel reformado, já que o processo corre no âmbito cível.

Pessoas que viram o torturador em ação vão testemunhar, entre elas Paulo Vanucchi e o escritor Joel Rufino. Luis Merlino foi preso em 15 de julho de 1971, torturado durante 24 horas seguidas na OBAN da rua Tutóia, sob comando do coronel Ulstra, deixado sem socorro pelos militares, e dia depois, com grangrenas pelo corpo, foi conduzido ao Hospital Geral do Exército, onde morreu.

A Lei da Anistia não pode ser usada como proteção a torturadores, autores de crimes contra a humanidade.

Nessa área, esse é um país de merda.

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