3 de julho de 2011

 

Brasil sem miséria, a razão de ser da política

A presidenta Dilma Rousseff pode errar em quase tudo, menos no objetivo maior de erradicar a miséria no Brasil. Manter um Sarney ou um Jobim no condomínio do poder, por exemplo, não chega a ser fatal. Suportaria até o vai-e-vem na caminhada pelo resgate da memória dos crimes da ditadura militar. Afinal, quando eu, ela, milhares de militantes de nossa geração nos jogamos na luta contra o regime militar, inclusive os guerrilheiros do Araguaia, sabíamos dos riscos. Erros, vacilações, recuos e até desvios éticos de uns poucos, não me levariam a desapoiar a presidenta Dilma, enquanto a razão maior de ser da política prevalecer: o Brasil Sem Miséria.

O Programa Bolsa-família da Era Lula e o Brasil Sem Miséria da Era Dilma me levam a ser governista. Tirar da extrema pobreza 16 milhões de brasileiros, 60% deles no Nordeste, 71% deles negros, metade vivendo na zona rural, 40% com menos de 14 anos. Lembro-me como hoje. Aos 17, 18 anos de idade entrei na luta política chocado pela pobreza extrema dos camponeses de Minas Gerais. Era preciso fazer uma revolução, armada se fosse necessário. Os camponeses abandonaram o campo e formaram as favelas brasileiras. Uma indignidade perpetuada pela ditadura militar, avessa a reformas sociais. Passados os anos, só posso apoiar um governo com base em seu plano de inclusão econômica e social.

O Partido dos Trabalhadores, o PSB, o PCdoB e até o PDT crescem porque são a base política deste projeto de um Brasil Sem Miséria. O DEM se encolhe porque representa o passado que gerou tanta miséria. O PSDB do senador Álvaro Dias se derrete no ar porque não foi capaz de realizar este projeto. Chegará a vez do PMDB do Sarney e do Geddel sumir do mapa quando a população começar a perceber que eles atrapalham, mais que ajudam. Dá para suportar a convivência com os partidos de aluguel.

O Bolsa-família é o maior programa de transferência de renda do mundo, o mais bem focalizado e gerou o crescimento econômico do Brasil. Inverteu a lógica. Não é um peso, é um fator de crescimento. O Bolsa-família está definitivamente incorporado ao estado, tornou-se um programa permanente. Agora, trata-se de ativar uma força-tarefa com a missão de acabar com a extrema pobreza até 2014.

Sinto que os partidos de oposição a esse projeto não terão a menor chance, mesmo com o apoio suicida da mídia. Esses 16 milhões estão fora do mercado, não produzem, consomem no limite da sobrevivência física. O senador tucano Álvaro Dias disse na televisão que eles são “preguiçosos”, nós achamos que são vítimas de um sistema. Há espaço para o crescimento econômico com inclusão social. Dilma Rousseff será reeleita facilmente.

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