22 de maio de 2011

 

Visão equivocada contrapõe economia solidária ao microcrédito produtivo pessoal

O debate sobre economia solidária e microcrédito produtivo pessoal está contaminado por ideologias. Não vejo outra explicação. O pessoal da economia solidária vê no modo de produção coletivo o gérmen do socialismo. O pessoal do microcrédito pessoal não descarta esta visão, mas, não abre mão do sistema estruturado em função do financiamento de micro e pequenos produtores autônomos, microcapitalistas. A coisa chegou a tal ponto que há duas frentes parlamentares na Câmara dos Deputados: a Frente Parlamentar em Defesa da Economia Solidária e a Frente Parlamentar da Micro e Pequena Empresa. Muita energia desperdiçada.

A Frente Parlamentar em Defesa da Economia Solidária, anunciada agora em maio com 213 deputados, se propõe a levar para estados e municípios um debate sobre economia solidária. Eles querem conquistar uma nova legislação que trate com mais equilíbrio questões como emprego e consumo, de forma a acompanhar as transformações da sociedade, garantindo as necessidades básicas ao cidadão.

O deputado Eudes Xavier (PT-CE), como presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Economia Solidária, quer dar continuidade ao trabalho de negociação do novo ambiente da economia solidária no Brasil, inclusive fortalecer as câmaras municipais, vereadores, governos estaduais que se interessem em fomentar as leis da economia solidária. E claro, pressionar para aprovação de projetos de lei que tramitam no Congresso. No Brasil, há mais de 15 mil experiências de economia solidária em andamento. Segundo o deputado Vicentinho (PT-SP), o objetivo não é o lucro, mas sim o bem-estar coletivo.

Com a organização da Frente Parlamentar em Defesa da Economia Solidária, os defensores do microcrédito produtivo pessoal relançaram, também agora em maio, a Frente Parlamentar da Micro e Pequena Empresa, com o objetivo de criar políticas públicas que facilitem o investimento e a geração de recursos para trabalhos de pequenas empresas, associações e cooperativas.

Além do fortalecimento de pequenas empresas, que inclui a ampliação do programa Supersimples em 2011, por exemplo, esta Frente pretende articular propostas que facilitem a vida da população que trabalha informalmente ou em pequenos setores do comércio. Pequenas associações e cooperativas populares encontram grande dificuldade em conseguir recursos federais em função da burocracia exigida. “Grupos de costureiras, quebradeiras de coco e lavadeiras, por exemplo, têm dificuldade em conseguir recursos, mesmo com o dinheiro de seus impostos, por causa da burocracia exigida” afirma o deputado Padre Ton (PT-RO) que faz parte desta Frente Parlamentar.

A Frente Parlamentar da Micro e Pequenas Empresas defende a criação do Ministério da Micro e Pequena Empresa, pensado pelo Governo Dilma. A Frente Parlamentar em Defesa da Economia Solidária entende que esse ministério vai prejudicar a economia solidária, já solidamente estruturada na Secretaria da Economia Solidária, do Paul Singer.

Tudo isso é uma incrível perda de energia.

Comments: Postar um comentário



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?