9 de fevereiro de 2011

 

Demissão de repórter do A Tarde é um atentado à prática do bom jornalismo

O dia 8 de fevereiro foi marcado por um episódio lamentável que suja a história do jornalismo baiano.

Por pressão do setor imobiliário, o repórter de política de A Tarde Aguirre Peixoto foi demitido. A demissão gerou protesto dos funcionários do periódico, dos usuários do twitter e do diretor executivo do Grupo A Tarde, Ranulfo Bocayuva, que ameaçou deixar o cargo, segundo informações dos profissionais do jornal.

A degola teria acontecido depois de Aguirre ter feito matérias que desagradaram os empresários da construção civil. Com interesses contrariados, eles pediram a cabeça do repórter e o A Tarde, sem pestanejar, guilhotinou o profissional.

A informação que se tem é que o jornal estava sem receber publicidade do setor, um dos que mais anunciam. Perde-se um bom profissional, ganha-se dinheiro. Essa é a lógica do A Tarde.

A liberdade de imprensa há muito foi violentada. Nesta quarta-feira (9), os funcionários do A Tarde prometem protestar. Ameaçam, inclusive, cruzar os braços. Não sejamos tolos. O jornal não vai deixar de circular por isso. Matérias existem as pencas nas agências de notícia e profissionais que se ajoelham aos donos do poder também têm aos montes para colocar as matérias nas páginas e mandar o material para a gráfica. Mas o protesto é válido. Silenciar diante de fato tão abjeto seria um crime cometido por todos nós da imprensa.

Cíntia Kelly
Editora Blog Direto da Fonte

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