15 de outubro de 2010

 

Serra fez campanha eleitoral assumir um tom fascistóide

Em entrevista à revista Carta Capital, a psicanalista e jornalista Maria Rita Kehl, demitida recentemente do Estadão por “crime de opinião”, responsabiliza Serra (PSDB) pelo baixo nível do debate eleitoral . A demissão da jornalista dominou a Internet nesta semana. Seu artigo “Dois Pesos”, foi pesado demais para os donos do jornalão paulista. Ela se diz escandalizada com os temas impróprios que tomaram conta do debate, como aborto e homossexualismo, que não são responsabilidade de um presidente.

Segundo ela, o uso da Internet nas eleições está provocando um potencial enorme de fofocas, bla-blá-blá, mas que também tem enorme potencial de mobilização. “Então, eu não condenaria a internet, ela tem grande potencial, é um veiculo que dá justamente a possibilidade de você se incluir, de você escrever, pelo menos para quem é da classe média ou que tem acesso a uma lan house. Ela serve a essas duas coisas. Talvez com o tempo os leitores comecem a criar sua própria capacidade de discriminar”.

Para a psicanalista, os temas no campo da moral, como aborto e religião mostram o atraso da sociedade brasileira, porque, claro, nenhum candidato vai ser eleito se estiver em descompasso com a maioria da sociedade. “O que me espanta é o atraso da sociedade brasileira. E a ignorância aí é apoiada pelo Serra de misturar questões religiosas com questões políticas. Como é que as igrejas começam a pautar a lei agora? Uma coisa é eles decidirem o que é pecado e o que não é, outra coisa é eles decidirem o que é ilegal e o que não é”.

Ela considera que a campanha do PSDB está acirrando a intolerância religiosa, o que é uma irresponsabilidade, um efeito deseducador para crianças e adolescentes. O PSDB está dando um tom fascistóide à campanha eleitoral. “É horrível que os candidatos tenham que se expor ajoelhados, comungando, dizendo que são a favor da vida, ora quem é que não é?”. Apenas a Igreja Católica não é a favor da vida, porque quando ela proíbe o uso de preservativo condena à morte milhões de pessoas na África por HIV.

LEIA NA ÍNTEGRA EM CARTA CAPITAL

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