28 de agosto de 2010

 

Poeta, advogado, ex-deputado Adelmo Oliveira apoia Emiliano 1331

Adelmo Oliveira, o advogado que defendeu, durante a ditadura militar, as invasões de terra em Salvador, por milhares de cidadãos em busca do direito de morar, saiu de sua sossegada aposentadoria em Lauro de Freitas e anunciou seu apoio a Emiliano (1331) para deputado federal.

Aos 73 anos, Adelmo Oliveira se dedica atualmente à produção poética. Entretanto, dos anos 1960 aos anos 1980, exerceu intensa atividade política na Bahia, sendo inclusive deputado estadual pelo antigo MDB, destacando-se como o principal parceiro do mitológico deputado federal Chico Pinto, já falecido.

Segundo Adelmo Oliveira, a candidatura de Emiliano a deputado federal representa a continuidade da luta pelos direitos dos trabalhadores, que sempre foi o foco principal de sua militância política. “Sobretudo, Emiliano encarna a ética que defendemos na política, ficha-limpa, coerente e de uma obstinação extrema na defesa dos interesses públicos. Faço campanha para Emiliano”, declarou Adelmo.

QUEM É ADELMO OLIVEIRA

Em 1962, sob um júri formado por nomes de expressão da literatura brasileira, como Manuel Bandeira, Austregésilo de Athayde, José Carlos Lisboa e Pio de Los Casares, recebeu o Prêmio Nacional Luis de Góngora com o ensaio “Góngora e o Sofrimento da Linguagem”. Formado em Direito pela Universidade Federal da Bahia, 1966, participou do Movimento Cultural baiano escrevendo estudos, ensaios e poesias para os principais jornais e revistas de Salvador.

Publicou, entre outros títulos: Canto da Hora Indefinida, 1960; Três Poemas, 1966; O Som dos Cavalos Selvagens, 1971; Cântico Para o Deus dos Ventos e das Águas, 1987; Espelho das Horas, 1991; O Canto Mínimo, 2000, (Antologia Poética) Poemas da Vertigem, 2005. Participou de várias Antologias Poéticas editadas na Bahia, no Sul do País e no Exterior. Lutou contra a Ditadura Militar de 1964, sendo preso por duas vezes e torturado. Foi eleito Deputado Estadual à Assembleia Legislativa do Estado da Bahia pelo antigo MDB em 1978.

POEMA PARA LAMARCA

Em 1987, Adelmo Oliveira publicou o livro “Cântico para o deus dos ventos e das águas”, pela Cátedra Editora. Dom Timóteo Amoroso Anastácio, então abade do Mosteiro de São Bento assinava a apresentação. Em sua profunda sabedoria, dom Timóteo incluía Adelmo Oliveira no grupo de homens cujas “utopias se enraízam no mundo e possuem dinamismos aptos a transformar a terra como um lar de sonho, de paz, de amor e liberdade”.

Pois foi neste livrinho abençoado por dom Timóteo que ele publicou o poema “As bodas da morte”, dedicado ao capitão Carlos Lamarca que, como Che Guevara, sacrificou sua vida pela revolução. Os anos se passaram e, em 2000, a Fundação Cultural do Estado da Bahia editou uma cuidadosa Antologia Poética de Adelmo Oliveira intitulada “Canto Mínimo”, com apresentação de Ildásio Tavares.

LEIA ABAIXO O POEMA:

AS BODAS DA MORTE

Entre os frisos vermelhos da tarde
Eu canto a aurora.

Nas colunas de mato e rebanho
Eu canto a aurora.

Um fuzil pendurado entre arbustos
Eu canto a aurora.

Eu canto a aurora.

Uma estrela desmaia de sangue
Eu canto a aurora.

Este tempo é um marco de prata
Eu canto a aurora.

Toda morte é amarga e sonora
Eu canto a aurora.

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