26 de julho de 2010

 

A pesquisa Datafolha desmente a pesquisa Datafolha

Continuo achando muito estranho esse “empate técnico” entre Dilma (PT) com 36% e Serra (PSDB) com 37%, que o instituto do Grupo Folha encontrou. Os números não batem com o restante da própria pesquisa.

É muito estranho porque o “empate técnico”, anunciado em manchete pela Folha de S. Paulo, não corresponde ao resultado, por exemplo, da modalidade espontânea, na qual Dilma está à frente com 21% contra Serra 16%. Lembrem-se que os marqueteiros dão enorme importância à pesquisa espontânea, mais até do que a pesquisa induzida por cartões.

A desconfiança aumenta. Segundo a própria pesquisa, mais eleitores apostam em uma vitória de Dilma do que no sucesso de Serra. Para 41% dos eleitores, quem vencerá é Dilma. Para 30% dos eleitores quem vencerá é Serra.

Estão vendo como é difícil acreditar na manchete da Folha de S. Paulo?: “Serra e Dilma mantêm empate a 24 dias da TV”. Esta manchete é um contraponto à manchete do Jornal do Brasil: “Vox Populi: 8 pontos de vantagem para Dilma”.

Mais estranho ainda porque Serra tem maior rejeição. Os que não votariam de jeito nenhum em Serra chegam a 26%, e os que não votariam de jeito nenhum em Dilma estão em 19%.

Mais desconfiança. O Datafolha pesquisou a convicção dos entrevistados. Dos que apóiam Dilma, 78% disseram estar “totalmente decididos”, dos que apóiam Serra 67% disseram estar “totalmente decididos”. Pior, na pesquisa anterior 70% dos eleitores de Serra responderam estar “totalmente decididos”. Ou seja, pelo menos 3% dos eleitores de Serra estão vacilando.

O jornalista Luis Nassif acabou de me convencer que há algo errado no Instituto Datafolha. Ele publicou em seu blog um artigo intitulado “Metodologia da pesquisa”, em que aponta onde o Instituto Datafolha erra.

Para fazer economia de recursos, o Datafolha dispensou especialistas e montou uma metodologia falha. Em vez de fazer entrevistas de casa em casa, coloca seus pesquisadores em locais públicos, caçando pesquisados na base do OLHÔMETRO.
Assim, no “olhômetro”, o Grupo Folha capta movimentos errados, monta amostragens incorretas - já que a idade, condição social e educacional dependem do olhômetro - e acabam não refletindo o perfil da população brasileira levantada pelo IBGE.

E olhem que Nassif ainda não tocou nas negociatas de bastidores.

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