10 de novembro de 2009

 

Paulo Souto (DEM) ameaça processar blogueiros. E a liberdade de expressão?

O ex-governador da Bahia, Paulo Souto (DEM), em nota divulgada pela coluna Tempo Presente, do jornal A Tarde (10.11.2009) se diz chateado com o noticiário sobre o escândalo da “doação” da Ilha do Urubu, o paraíso de Trancoso, que foi parar nas mãos de mega-especuladores imobiliários. Avisou que vai processar alguns blogs.

Mas vai processar somente os blogs? E a revista Carta Capital? Semana passada, essa revista publicou duas páginas sobre a operação “Ilha do Urubu, o paraíso perdido”.

Na edição desta semana (11.11.2009) a revista publicou uma carta de Paulo Souto (DEM) se defendendo, em cinco parágrafos. Em resumo, Paulo Souto, se exime de qualquer responsabilidade na negociata baseado no registro de uma cláusula de usufruto que impedia a venda das terras num prazo de cinco anos. O fato, porém, é que Paulo Souto (DEM) ameaça processar blogueiros. E a liberdade de expressão?

A resposta do jornalista Leandro Fortes, que assinou a reportagem foi esta:

“A reportagem (de Carta Capital) não contesta a legalidade da doação da Ilha do Urubu, mas a forma como foi feita e os interesses que atendeu. Trata-se de patrimônio do estado da Bahia doado a um grupo familiar que, em seguida, e ao arrepio da lei, o repassou a um empresário ligado a esquema de arrecadação de campanha, que, por sua vez, revendeu o referido patrimônio a um investidor estrangeiro do ramo da especulação imobiliária”.

Na mesma edição carta Capital publica uma outra missiva do leitor Gabriel B. de Lima, de Bauru (SP).

Ilha do Urubu, o paraíso traído

“Paulo Souto amava os Martins, que amavam Gregório Preciato, que amava Philippe Meeus (e também José Serra), que não amava ninguém – a não ser seus 36 carros Ferrari. Paulo Souto está sendo investigado, os Martins brigam dentro da família, Gregório Preciato desnaturalizou-se brasileiro e voltou para a Espanha, Philippe Meeus passou a amar o Brasil pelos brilhantes negócios, e Antônio Carlos Magalhães Júnior, que não tinha entrado na reportagem, apareceu no final para completar a quadrilha.

Ótima matéria de Leandro Fortes, assim que li lembrei do poema de Carlos Drummond de Andrade. Mas, nesse caso, a quadrilha está mais, obviamente, para as festas do carlismo na Bahia do que para São João. O carlismo continua como uma assombração bem viva na Bahia, mas, graças a trabalhos como esse, se transformará logo, logo, num espírito caduco”.

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