23 de novembro de 2009

 

Jornalistas confundem incremento das relações comerciais com ideologia do presidente do Irã. Por pura má-fé.

Nossos “formadores de opinião” às vezes são cômicos. Uns, por ignorância ou má-fé (creio mais em má-fé) confundem a ideologia, filosofia e problemas internos do Irã com a visita do presidente Mahmoud Ahmadinejad ao Brasil.

Li verdadeiros impropérios contra a visita do presidente iraniano por causa de suas posições bizarras contra o estado de Israel. Outros, confundem propositadamente (daí também a má-fé) os negócios entre as nações com os problemas internos deles lá. No Rio de Janeiro ocorreu até uma manifestação contra a visita de Ahmadinejad, devidamente supervalorizada pelas manchetes.

Essa mesma gente que manipula a informação em suas colunas de jornais reivindica rotineiramente o crescimento da economia brasileira. É um besteirol sem fim. Ora, o Irã tem 80 milhões de habitantes, muita influência no Oriente Médio, um mercado importantíssimo. Há perspectivas de investimentos por empresas brasileiras nas áreas de hidrelétricas e agricultura, além naturalmente do incremento do comércio.

Obviamente, as relações bilaterais comerciais não podem ser confundidas com as idéias do presidente do Irã. É claro que o Brasil não concorda com a idéia de negação do holocausto dos judeus.

Acredito que esses “formadores de opinião” não são ignorantes, como aparentam. Estão mais para a má-fé. Querem apenas conturbar e confundir a opinião pública para desgastar o governo, desgastando o governo, imaginam que desgastam o presidente Lula e, em conseqüência, a candidatura de Dilma Roussef. São apenas comentaristas eleitoreiros.

Comments:
Durante décadas, a baixo-estima do povo brasileiro fez prevalecer a máxima de que “tudo que fosse bom para os Estados Unidos, seria bom para o Brasil”. Calcado nessa premissa equivocada, a Diplomacia brasileira balizava a sua política externa tendo como bússola os interesses, nem sempre legítimos, da Casa Branca.
O servilismo ao governo do norte era tanto, que se permitiam ingerências na política interna nacional, num claro desrespeito consentido à nossa soberania enquanto Estado independente.
Não surpreende, portanto, que setores da imprensa tupiniquim – talvez ainda presos ao complexo de cachorro magro – gastem tanta tinta e papel para atacar a política externa do governo Lula, conduzida num claro propósito de ampliar o dialogo comercial e político com o resto do mundo, sem se deixar contaminar por eventuais contenciosos que alguns Países possam manter com os Estados Unidos.
O Itamaraty deixou de ser um apêndice da política externa americana para assumir o papel de relevância que dele se espera o povo brasileiro.
Três episódios recentes marcam a nossa postura independente no cenário mundial. O primeiro, de cunho essencialmente político, diz respeito à posição do governo brasileiro diante da crise de Honduras. Enquanto os Estados Unidos apóiam as eleições gerais marcadas para o próximo domingo pelo governo golpista de Roberto Micheletti, o Brasil se posiciona de forma contrária, desconhecendo o resultado das eleições hondurenhas, já que o Presidente Zelaya, vitima do golpe, não fora reconduzido ao cargo.
O segundo, aí de natureza mais econômica que política, se refere à proposta de adesão da Venezuela ao MERCOSUL, defendida pelo governo brasileiro, mas atacada por setores retrógados ou mal intencionados da sociedade. Conhecido por sua posição antiamericana, o Presidente venezuelano, Hugo Chaves, tem sido importante parceiro do Brasil no comercio bi-lateral Brasil/Venezuela, amplamente favorável à nossa balança comercial.
Ignorando as relações, pouco ou nada amistosas, entre a Venezuela e os Estados Unidos, o governo brasileiro avança sobre um mercado que só no ano passado, em plena crise, respondeu por significativos 29% de todo o saldo do nosso comercio exterior.
O terceiro e mais emblemático episódio, gira em torno da controversa visita do Presidente do Irã, Mohmoud Ahmadinejad ao Brasil. Enquanto a Casa Branca se avermelha de raiva ante a presença de um dos seus mais ferrenhos adversários em território brasileiro, o Palácio do Planalto prefere lançar seu olhar para um mercado de mais de 80 milhões de consumidores iranianos, não permitindo que contenciosos que não são nossos, interfiram em nossas relações comerciais e políticas. POLITICA, POLITICA... NEGÓCIOS À PARTE

Wasington Pereira
www.blogaodopereira.blogspot.com
 
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