15 de novembro de 2009

 

Eu vi a quinta caminhada contra a violência, a intolerância religiosa e pela paz

Estava passando pela Federação hoje, domingo, 15 de novembro, lá pelas 17 horas, e fui surpreendido pela V Caminhada contra a violência, a intolerância religiosa e pela paz. Estavam todos vestidos de branco, seguiam carros de som e o desfile era apoiado pela Polícia Militar e agentes de trânsito. Recebi o panfleto das mãos de entusiasmados cidadãos.

Em 2004, quando foi realizada a primeira caminhada, a intenção era a de reagir contra o fanatismo dos evangélicos vinculados a Igreja Universal do Reino de Deus. Os pastores insuflavam os crentes ignorantes dos bairros populares a apedrejarem os templos do candomblé, numa clara e violenta violação ao direito da liberdade religiosa.

De lá para cá, a imprensa engrossou as denuncias de fanatismo religioso dos seguidores de Edir Macedo. O Ministério Publico exigiu o cumprimento das leis, o governo do Estado da Bahia apoiou a religião afrobaiana. Todos os anos o povo do candomblé com sua fé nos Orixás, Voduns, Inquices, Caboclos e Encantados vai a rua exigir seus direitos.

Querem a liberdade de religião, mas, querem também escolas públicas de qualidade, formação para a juventude e polícias militar e civil respeitadoras das leis, protetoras dos cidadãos. Querem lazer e esporte para crianças, adolescentes e idosos, um melhor serviço de saúde, sobretudo, querem que seus templos religiosos sejam tratados como patrimônio da cultura negra.

A caminhada saiu do antigo Largo do Bogum, atual Praça Mãe Runhó, no fim de linha do Engenho Velho da Federação. A manifestação recebeu apoio da Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE), uma respeitada ONG formada pela Igreja Católica e varias igrejas evangélicas, pela Universidade Estadual da Bahia – UNEB e pelo governo Jaques Wagner (PT), através da Secretaria da Igualdade, além de associações de bairro e o Colégio Nabuco. Até a Prefeitura Municipal, ocupada por um evangélico batista apoiou a caminhada, através da Secretaria Municipal da Reparação.

O povo do candomblé quer dignidade e respeito.

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