5 de novembro de 2009

 

Bahia acolhe exposição fotográfica “Direito à Memória e à Verdade”

O militante político Carlos Marighella recebeu homenagem póstuma do Governo do Estado e da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, em cerimônia realizada na quarta-feira (04), na Biblioteca Central dos Barris, local onde também está ocorrendo a exposição fotográfica “Direito à Memória e à Verdade: A ditadura no Brasil 1964 – 1985”.

A homenagem a Marighella, se deu em razão dos 40 anos de morte de um dos principais organizadores da luta para a criação de um estado socialista no Brasil e contra as ditaduras civil ou militar, vitimado por policiais em uma emboscada no ano de 1969.

De acordo com o ministro Paulo Vannuchi, é importante promover iniciativas que façam com que as pessoas resgatem os heróis da história e se orgulhem do país que possuem, “porque o Brasil também é formado por lutadores e não apenas por tiranos algozes e torturadores”.

Vannuchi acredita ainda que a população não deve aceitar que essa violência que afetou os militantes na época da ditadura seja “recalcada, sepultada e sufocada”.

O mesmo defende o Governador Jaques Wagner que destacou a necessidade de se fazer o levantamento de tudo que ocorreu no período da ditadura.

“Nós precisamos apresentar os fatos nas várias versões para tirar do anonimato ou da condenação, aqueles que interpretam a história diferente de nós, e possamos colocar Marighella ao lado de Tiradentes, de Zumbi, de Lamarca e de tantos outros que vem construindo a nossa história”.

Carlos Marighella nasceu em Salvador e ainda adolescente despertou para as lutas sociais, tornando-se militante do Partido Comunista aos 18 anos e dedicando sua vida à causa dos trabalhadores. "A história de Marighella é a história de um grande lutador do povo brasileiro, de um ser humano inconformado com a injustiça social e com as divisões cruéis da nossa sociedade. Ele desde cedo chamou para si a responsabilidade de mudar o mundo", destacou o secretário da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, Nelson Pellegrino.

Para o ex-preso político e atualmente deputado Federal, Emiliano José, que passou quatro anos preso na Penitenciária Lemos Brito e também foi submetido a torturas, como choque elétrico, afogamento e pau de arara no período da ditadura militar, Marighella foi o “herói do povo brasileiro”. “Ele foi um homem voltado para os ideais da democracia, da melhoria das condições de vida do nosso povo, da libertação do país, que defendia a soberania, o socialismo e que queria romper com a miséria do nosso povo. Por isso, podemos lembrar dele hoje como um herói e lembrar da ditadura com repulsa, ódio e nojo", ressaltou.

Homenagem
O ministro da SEDH, Paulo Vannuchi, e o governador do Estado, Jaques Wagner, entregaram ao neto de Carlos Marighella, Pedro Marighella, uma placa para homenagear de maneira póstuma o militante pela sua luta em prol de um Brasil socialista. A família também foi representada pelo deputado Emiliano José, que aprofundou a amizade com a família ao escrever o livro Marighella: o inimigo público número um da ditadura militar.

Memórias Reveladas
O resgate da história política do Brasil já está sendo feito pelos Governos Federal e Estadual. Na Bahia, através do projeto Memórias Reveladas das Lutas Políticas na Bahia (1964-1985), que dispõe sobre o acesso às informações do período. Na Bahia, esse levantamento é feito através de uma comissão especial vinculada à Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos.

A Comissão Especial Memórias Reveladas foi criada pelo Governo do Estado da Bahia, através do Decreto nº. 11.520/2009, com o objetivo de elaborar o Projeto Estadual Memórias Reveladas das Lutas Políticas na Bahia (1964-1985). Cabe à Comissão, promover o levantamento de dados e informações, como fotografias, impressos e depoimentos, necessários à elaboração do Projeto Estadual Memórias Reveladas das Lutas Políticas na Bahia (1964-1985), que se encontrem sob a guarda de órgãos e entidades do Estado, de entidades privadas e pessoas físicas no Estado da Bahia e integrar essas informações à Rede Nacional de Cooperação e Informação Arquivística.

Fonte: Ascom da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos da Bahia

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