21 de outubro de 2009

 

Tribuna da Bahia faz 40 anos e lembra luta contra ACM e ditadura

Muita água correu por debaixo dessa ponte. A Tribuna da Bahia nasceu no auge da ditadura militar, em 1969. Enfrentou com dignidade os anos de chumbo. Nós, ex-presos políticos, somos eternamente gratos aos proprietários e aos jornalistas por terem nos empregado na redação.

A Tribuna da Bahia para comemorar seus 40 anos saiu com uma superedição. Mais de 50 páginas de informação atual e memória.

É até difícil destacar um aspecto para comentar. Mas vou arriscar:

PRIMEIRO - O jornalista (e deputado federal do PT) Emiliano José publica artigo intitulado “Tribuna da liberdade”, em que lembra seu início de carreira: “A Tribuna me deu régua e compasso”, não compactuou com a ditadura, nem com o coronelismo de ACM.

SEGUNDO - Numa entrevista de página inteira o governador Jaques Wagner (PT), que chegou à Bahia escondido dos militares, vindo do Rio de Janeiro, lembra da cobertura do retorno dos exilados, da campanha eleitoral de 1986 vencida por Waldir Pires, da campanha das diretas Já e da posse do presidente Lula em 2002.

TERCEIRO – Achei fantástica a entrevista de página inteira com Theodomiro Romeiro dos Santos, preso aos 18 anos, e condenado à morte pelos militares em 1970. Theodomiro hoje é juiz do Tribunal Regional do Trabalho, em Pernambuco. Ele conta como as coisas se passaram e dá os nomes dos torturadores. Fala também como fugiu da Penitenciária Lemos Brito, em janeiro de 1971, diante das ameaças de morte.

QUARTO – Também gostei muito da página dedicada à memória do jornalista Wladimir Herzog, torturado e assassinado pelos militares em 24 de outubro de 1975. A Tribuna da Bahia só pode informar a lacônica nota do II Exército. O caso Herzog chocou pela brutalidade.

A Tribuna da Bahia está de parabéns. Logo mais à noite vou ao Teatro Castro Alves ver a exposição no foyer e assistir ao show de Carlinhos Brown, que ninguém é de ferro.

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