24 de março de 2009

 

Terrorismo midiático contra a Vila Brandão

O prefeito João Henrique (PMDB) é o culpado. De surpresa, sem debates na Câmara Municipal, anunciou a desapropriação do terreno da encosta da Ladeira da Barra. Em princípio, uma medida boa porque bota um freio na especulação imobiliária. Predadores da construção civil não se envergonham em anunciar torres na encosta.

O noticiário sobre o assunto ficou confuso. Samuel Celestino, em sua prestigiada coluna no jornal A Tarde, aderiu logo à proposta de desapropriação, afirmando que na Vila Brandão só tem francês.

Sexta-feira, 20, o jornal Correio sapecou a manchete: “Vila Brandão deve sumir”. Ora, a Vila Brandão tem 60 anos, e lá estão edificadas 200 casas, cerca de 350 famílias, mais de mil pessoas. No sábado, 21, o Correio voltou a noticiar: “Destino da Vila Brandão ainda está indefinido”.

Domingo, 22, o jornal A Tarde deu a manchete: “Vila Brandão aguarda decisão”. Na edição de sábado, 21, a Tribuna da Bahia manchetou: “Vila Brandão será reurbanizada pela prefeitura”. Já na edição de segunda-feira, 23, completou: “Largo da Vitória terá praça pública, mirante e vila urbanizada”. Aí entendi tudo. Por trás da lei de desapropriação do prefeito João Henrique (PMDB), que decepção, estão as empresas MRM e Frank Empreendimentos, que apresentam um projeto completo de reurbanização do Largo da Graça, inclusive no espaço onde se erguia a Mansão Wildberger, demolida em 2006.

Fui lá na Vila Brandão no domingo, 22. Obviamente lá não tem só “francês”. A Tribuna da Bahia entrevistou D. Raimunda está lá há 30 anos, e também D. Bernadete que lá mora há 25 anos. O jornal Correio entrevistou Alda Oliveira, 35 anos, que nasceu e mora lá até hoje.

Uma delas até já pregava: “Comunidade unida jamais será vencida”. No geral, achei a população tranqüila. Eles não acreditam em jornal e não escondem a decepção com o prefeito.

Comments:
Oldack, com um agravante a mais: o terreno da Vila Brandão é da Marinha, federal. A preifeitura não tem nenhuma ingerência sobre isso. Ou não deveria ter, ou não poderia.

Ou seja: João Henrique é oficialmente ladrão agora - vende o que não lhe pertence.
 
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