20 de março de 2009

 

Rico pode morar na beira da praia, pobre não?

A elite baiana chega a ser cruel na sua insensibilidade. Empresários, professores, funcionários públicos, políticos e até jornalistas podem morar na beira da praia em terrenos de Marinha, impedindo a visão e o acesso ao mar. A Bahia é toda assim. De Salvador, passando pelas sofisticadas mansões de Itacimirim, chegando aos limites de Sergipe. Agora, mil moradores da Vila Brandão, em 200 casas edificadas há 60 anos nas encostas da Ladeira da Barra, não podem: atrapalhariam a visão do mar (o que é falso). Com indignação leio nos jornais a desapropriação das habitações da Vila Brandão pelo prefeito João Henrique (PMDB).

Li na coluna do respeitável jornalista Samuel Celestino que ele apóia esse absurdo, uma verdadeira ameaça da parte do prefeito João Henrique (PMDB). Guardo a esperança de que Samuel Celestino, pelo peso que ele tem, reveja sua posição. Obviamente, é possível beneficiar urbanisticamente a encosta da Vila Brandão, transformar o bairro num aprazível lugar, sem agressão à estética da Bahia, mas garantindo a existência do pequeno núcleo. Quando a especulação imobiliária virou os olhos para a Gamboa de Baixo, secular vila de pescadores situada na parte baixa da avenida do Contorno, foi a mesma coisa. A Gamboa ganhou a briga contra os interesses dos construtores, as casas foram beneficiadas, melhoradas e são lindas.

É. Na Bahia, rico pode morar na beira da praia, pobre nem na encosta.

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