17 de agosto de 2008

 

Bahia ignora indenização aos leprosos internados compulsoriamente pelo Estado

Desde a década de 1920 até o ano de 1986 as pessoas diagnosticadas com hanseníase, mais conhecida como lepra, eram internadas compulsoriamente em hospitais-colônias. Elas tiveram seus direitos violados e em conseqüência o Governo Lula está indenizando todos que sofreram essa violência. Na Bahia existiu uma colônia.

Entretanto, do total de 1.297 casos de indenização aprovados, pela Comissão Interministerial de Avaliação (Hanseníase), para concessão de pensão vitalícia apenas um caso é da Bahia. Das duas uma, ou na Bahia não existiu internamento compulsório de leprosos ou está havendo algum descaso institucional. Parece que indenização a leproso não dá voto, nem gera leitor tal o silêncio da mídia...

Um balanço feito pela Comissão da Secretaria Especial dos Direitos Humanos revela que os estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Amazonas, apresentam o maior número de pessoas que receberam o benefício. No primeiro semestre deste ano, 382 processos foram aprovados pela comissão, 124 retirados para diligências e 18 indeferidos.

O benefício da pensão vitalícia de R$ 750 mensais é exclusivo para as pessoas que foram afastadas do convívio social e familiar e ficaram confinadas pelo estado em hospitais-colônia até 31 de dezembro de 1986.

A história da hanseníase no Brasil é feia. Bem nazista. Desde a década de 20 até 31 de dezembro de 1986, as pessoas doentes eram obrigadas pelo Estado a se isolarem ou se internarem em hospitais-colônias, para evitar o contato com outras pessoas.

Assim, elas eram afastadas de suas famílias e todo o seu círculo social, onde dificilmente conseguiriam se reinserir. O isolamento era feito sem levar em consideração a idade da pessoa, mesmo crianças eram levadas para as colônias, independentemente de autorização própria ou do responsável. Após o período de confinamento obrigatório, algumas dessas pessoas tentaram se reinserir na sociedade, porém o preconceito impediu essa integração e, por fim, muitas precisaram voltar para as antigas colônias que se transformaram em vilas residenciais.

Comissão da Hanseníase AQUI

Comments:
Oldack se não me engano, o Hospital Rodrigo de Menezes que trata os pacientes de hanseníase, ainda mantem internos. Isolados e estigmatizados. Como se sabe, cultivando a cultura da idade média. Lastimável. Derrotando vidas.

Abraço
 
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