12 de maio de 2008

 

Guillherme Afif (DEM) diz que só paulistas têm vontade de trabalhar e que baianos e cariocas têm “preguiça” herdada da Corte Imperial

Está no site do Jornal ABCD Maior. Texto de Diego Sartorato. Secretário estadual de São Paulo, Governo Serra, PSDB, ironiza “preguiça” deixada pela Côrte Imperial na cultura dos cariocas e dos baianos. Essa história maluca está se perpetuando porque as elites paulistas alimentam o preconceito. Outro dia mesmo, Gilberto Dimenstein (Folha de S. Paulo) escreveu coisas parecidas. Agora é o secretário Afif, candidato derrotado a senador nas eleições de 2006, pelo PFL, hoje chamado DEM, o partido de ACM Neto.

O Jornal ABCD Maior afirma que foi uma gafe cometida em Mauá, na inauguração do Banco do Povo (07/05/08). Em discurso, Afif falou sobre a cultura de trabalho do paulista e ironizou "os locais onde a Corte Imperial deixou impregnada, até hoje, a falta de vontade de trabalhar" - uma alusão indireta principalmente aos povos de Rio de Janeiro e Bahia, ex-capitais do Brasil nos tempos de colônia de Portugal e Império.

É muito mais que uma gafe. É uma agressão continuada das elites paulistas que ignoram os 400 anos de escravidão do negro e do índio, quando uma classe se apropriou de forma criminosa do trabalho desses povos.

Leia o que Guilherme Afif Domingos afirmou:

"O Banco do Povo tem a cara do paulista, porque é feito para o trabalhador e nós gostamos de trabalhar. Isso desde os tempos do Brasil Império, porque aquele pessoal da Côrte não gostava muito de trabalhar, não. Só chegamos onde chegamos por essa distância da Côrte. Até hoje, onde ainda há tentáculos dessa cultura, existe essa falta de cultura do trabalho. Por isso há no Brasil essa situação em que alguns trabalham e pagam pelos benefícios dos que não trabalham", floreou, em crítica também aos programas de distribuição de renda do governo federal.

Além do desconforto causado aos trabalhadores migrantes de outras regiões que acompanhavam o evento, as declarações de Afif repercutiram mal com ativistas contra o preconceito. “Infelizmente agora, esse representante da burguesia que herdou esse legado (da escravidão dos negros e índios), continua pensando da mesma maneira. Estou indignado e revoltado com uma mentalidade tão tacanha e tão retrógrada", reagiu Daniel Calazans, da Comissão de Combate ao Preconceito do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.

LEIA NA ÍNTEGRA NO JORNAL ABCD MAIOR

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