1 de fevereiro de 2008

 

PT em Salvador terá candidato próprio

Em Salvador, tudo caminha para uma candidatura própria do PT para a prefeitura. Não há mais nenhuma tendência ou liderança que defenda o apoio à re-eleição do atual prefeito João Henrique (agora no PMDB). Não há nada que impeça a disputa eleitoral entre PT e PMDB. Nem mesmo a aliança do PMDB (leia-se Geddel Vieira Lima) com o governador Jaques Wagner. Além de Nelson Pelegrino, que está na "pole position", o PT conta com outros nomes como Walter Pinheiro, Luiz Alberto e J. Carlos. Todos estão em campanha. As prévias no PT de Salvador serão inevitáveis, embora uma saída burra.

Em Recife, o PT já resolveu a candidatura sem o desgaste de prévias internas eleitorais que, no quadro atual, dividem mais do que unem. Não há clima para negociações entre PMDB e PT, mas há uma disposição para entendimentos entre o PT, PSB e PCdoB, a clássica frente de esquerda.

A idéia do prefeito Fernando Pimentel (PT) de se juntar ao governador Aécio Neves (PSDB) para uma solução negociada em Belo Horizonte não encontra eco na Bahia, a não ser da parte do candidato ex-prefeito Antônio Imbassahy (ex-DEM, atual PSDB), o natural beneficiado. Essa aliança não é exatamente a aliança dos sonhos do presidente Lula, que prega o fortalecimento dos laços do PT com o PMDB nacionalmente. A militância e as tendências petistas rejeitam as duas propostas, nem aliança com PSDB em Minas, nem aliança com PMDB em Salvador. Será um erro vincular o futuro da aliança PT/PMDB a nível federal com as disputas municipais.

O jornal Valor Econômico tem feito uma série de matérias sobre o cenário atual. Assinada pelo jornalista Raymundo Costa, uma delas registra o seguinte: "Em Salvador, uma situação clássica: o atual prefeito, eleito pelo PDT mas atualmente filiado ao PMDB, é João Henrique. Ele é candidato à reeleição com o apoio do ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima. Mas o PT também tem um candidato posicionado na linha de largada: o ex-líder na Câmara Nelson Pellegrino, que foi candidato nas eleições passadas e perdeu por boa margem. Ocorre que agora o PT comanda o governo do Estado, com Jaques Wagner, e Pellegrino vislumbra a possibilidade de uma sorte melhor nas eleições de outubro. A tradição do PT é de concorrer com candidato próprio, sem levar muito em consideração o aliado de governo. A Bahia será um teste decisivo para definir se a aliança PT-PMDB tem fôlego para se manter além dos palanques municipais, até a sucessão de 2010".

Falta um elemento na matéria do Valor Econômico. O deputado Nelson Pelegrino, eterno candidato do PT à prefeitura de Salvador, desta vez tem concorrentes internos. E enquanto o PT não resolve o imbroglio de quem vai afinal dirigir o partido na capital (a vereadora Vânia Galvão ganhou a eleição por um voto e o concorrente entrou com recurso) não somente o PMDB se recupera, com obras de grande visibilidade na cidade, como também o radialista Raimundo Varela se consolida à frente das pesquisas, seguido de perto pelo candidato do DEM, deputado ACM Neto. A nível estadual, o DEM sofre uma sangria desatada porque seus prefeitos e lideranças políticas engrossam cada vez mais as fileiras do PMDB. Mas, na capital, a administração de João Henrique não conseguiu ainda recuperar popularidade. Para o PT, o cenário se complica porque o PCdoB mais uma vez anuncia o nome de Olívia Santana e o PSB, mais uma vez anuncia o nome de Lídice da Mata. O desafio é unificar as forças de esquerda numa candidatura única.

Numa das matérias, o Valor Econômico embute uma clássica intriga política. Informa que Geddel Vieira Lima está tentando convencer o governador Wagner a "esquecer" a candidatura do PT à prefeitura de Salvador. Não há necessidade disso. A demora dos quatro candidatos do PT em busca de um consenso terá o mesmo efeito.

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