10 de fevereiro de 2008

 

O que a mídia quer dizer com "nosso dinheiro"?

Como se poderia esperar, as capas das revistas semanais que já circulam por aí despacham suas baterias para os "gastos absurdos" dos cartões corporativos "do PT". Claro, nenhuma menção aos "gastos absurdos" do PSDB/SP, ou do ex-presidente que ainda se vale dos cartões do governo para bancar sua simplória vida.

Um destaque nas "indignações" dos nossos editores/juízes é a expressão comum que Veja e Época repetem, como se combinassem entre si o mesmo espanto: "o nosso dinheiro está sendo gasto de maneira vergonhosa!"

Acho engraçado esse "nosso dinheiro" a que a gloriosa e incansável imprensa se refere, toda vez que botam a boca no trombone sobre os gastos públicos que eles não concordam e que consideram "desvio de função". Será que se referem ao dinheiro do povo, que deveria ser gasto com saúde, educação, saneamento básico e habitação? Não deve ser isso, visto que não surpreende mais comentaristas acusando o governo de assistencialismo quando este aumenta o número de beneficiário dos programas sociais. Ou quando garante o direito à aposentadoria rural mesmo aos trabalhadores que vivem em assentamentos.

O "nosso dinheiro" que os editores de Abril e Globo devem se referir é o que eles estão convictos de que deveria ir para suas contabilidades. Não vejo chiadeira dos Civita ou dos Marinho aos gastos cada vez maiores dos governos com publicidade para suas revistas e programas televisivos. A Editora Abril deve chorar até hoje perda de contratos milionários que lhes garantiam fornecimento de materias "didáticos" ao ministério da Educação. A Globo se junta para impor ao governo Lula o poderio de sua máquina de produzir indignação pública, tipo "olha o que eu faço com sua reputação". Ambos na verdade querem de volta o modelo derrotado duas vezes por Lula, que engordava os porcos com filé mignon e lançava migalhas aos pobres.

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