14 de novembro de 2007

 

Adib Jatene defende a CPMF e diz que ricos têm que pagar mais impostos

O cardiologista e ex-ministro da Saúde, Adib Jatene, que criou a CPMF durante sua gestão no Ministério da Saúde, fez uma defesa veemente da manutenção do tributo na noite de segunda-feira (12) em discussão com o empresário Paulo Skaf, presidente da Fiesp, que comanda um movimento contrário à CPMF.

De acordo com informações publicadas na coluna da jornalista Mônica Bergamo, na edição do jornal Folha de São Paulo desta terça-feira (13), Adib Jatene afirmou que "no dia em que a riqueza e a herança forem taxadas no Brasil, nós concordamos com o fim da CPMF". Para ele, os ricos devem pagar impostos para que haja melhor distribuição de renda no país.

Leia a íntegra da nota publicada na coluna de Mônica Bergamo, da Folha de São Paulo:

Adib para Skaf: "Têm que pagar"

Dedo em riste, falando alto, o cardiologista Adib Jatene, "pai" da CPMF e um dos maiores defensores da contribuição, diz a Paulo Skaf, presidente da Fiesp e que defende o fim do imposto: "No dia em que a riqueza e a herança forem taxadas, nós concordamos com o fim da CPMF. Enquanto vocês não toparem, não concordamos. Os ricos não pagam imposto e por isso o Brasil é tão desigual. Têm que pagar! Os ricos têm que pagar para distribuir renda".

Numa das rodas formadas no jantar beneficente para arrecadar fundos para o Incor, no restaurante A Figueira Rubaiyat, Skaf, cercado por médicos e políticos do PT que apóiam o imposto do cheque, tenta rebater: "Mas, doutor Jatene, a carga no Brasil é muito alta!". E Jatene: "Não é, não! É baixa. Têm que pagar mais".

Skaf continua: "A CPMF foi criada para financiar a saúde e o governo tirou o dinheiro da saúde. O senhor não se sente enganado?". E Jatene: "Eu, não! Por que vocês não combatem a Cofins (contribuição para financiamento da seguridade social), que tem alíquota de 9% e arrecada R$ 100 bilhões? A CPMF tem alíquiota de 0,38% e arrecada só R$ 30 bilhões". Skaf diz: "A Cofins não está em pauta. O que está em discussão é a CPMF". "É que a CPMF não dá para sonegar!", diz Jatene.

Skaf circula. O deputado Adriano Diogo, do PT, levanta o dedo positivo para ele: "E aí, contente em detonar a saúde?". Nova discussão. "Não adianta. São visões de mundo diferentes", conforma-se o empresário. Em outra mesa, Tião Viana (PT-AC), presidente do Senado, diz que a votação da CPMF segue indefinida. "Está difícil para os dois lados."

Cada um dos 400 convidados do jantar desembolsou R$ 250, com direito a saladas, tortellis e carnes preparadas pelo médico David Uip, por José Aristodemo Pinotti e por Paulo Renato Souza. Em meio aos comes e bebes, uma boa notícia: o BNDES negociou a dívida do Incor: de R$ 140 milhões, ela caiu para R$ 80 milhões. O governo de SP pagará R$ 40 milhões. O próprio Incor, os outros R$ 40 milhões, em dez anos. Uma das últimas "missões" de David Uip, que deixará a presidência do Incor em dezembro, será a assinatura do acordo com o banco.

Fonte: Site do PT

Comments: Postar um comentário



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?