10 de setembro de 2007

 

O Sete de Setembro na Bahia é o retrato da pobreza das escolas públicas

Muito a contragosto fui à parada do Sete de Setembro em Salvador. Cheguei tarde para o desfile militar. Juro que não foi por querer. Mas ainda peguei uma parte da ostentação do poder de fogo da Polícia Militar. São equipamentos novos. Muitas armas. Só falta agora reequipar a cabeça dos PMs com novos conceitos de segurança pública (e direitos humanos.

Fiquei impressionado com o militarismo de certas organizações. Impressionado e com muita pena daqueles meninos e meninas marchando como soldados. Fiquei mais impressionado ainda com a indigência das roupas e equipamentos das escolas públicas que desfilaram. Muita pobreza na apresentação. O desfile do Sete de Setembro é o retrato da pobreza das escolas públicas.

Fiquei ouvindo o povo ao meu redor. Aplausos, muitos aplausos para os trabalhadores do SAMU e do SALVAMAR. Os bombeiros também receberam muitos aplausos.

O que valeu mesmo foram os protestos do “Grito dos Excluídos”.

Nada mais democrático. Sem armas, sem tanques.

A voz do povo organizado. Neste ano, mais de 50 movimentos sociais estavam representados, incluindo ongs, associações de moradores, partidos políticos, parlamentares e muitos religiosos e leigos da Igreja Católica, que há 13 anos organiza a marcha popular.

Uma grande ausência foi o MST. Uma grande presença foi a de Waldir Pires do alto de seus 80 anos. O governador Jaques Wagner recebeu bem os protestos. É preciso encarar as manifestações com naturalidade, disse ele para a imprensa. É um democrata. Os tempos são outros.

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