21 de julho de 2007

 

A mídia mente sobre suposta demissão de Waldir Pires

A mídia mente. Waldir Pires não pediu demissão nem foi demitido por Lula. Só quem demitiu Waldir Pires do Ministério da Defesa foi a desinformada mídia. Sobre o acidente da TAM, Waldir Pires explica que existe, na verdade, um enorme vazio normativo e que o Ministério da Defesa não tem responsabilidade formal e legal sobre a gestão técnica do setor aéreo. Waldir Pires não tem poderes de gestão, de mando ou de determinação sobre o setor aéreo. Essa é a verdade.

Falta ao país um órgão estritamente responsável pelo setor. O Ministério da Defesa, um organismo em processo de formação, precisa mesmo é capacitar tecnologicamente as Forças Armadas a fortalecer o sistema de defesa nacional. Waldir Pires explicou isso para a revista Terra Magazine. A mídia não sabe ou não quer ler. A mídia quer mesmo é um bode expiatório. Já não pode responsabilizar o presidente da República pela tragédia da TAM, quando passou a ficar claro que a causa do acidente foi defeito mecânico, agora quer a cabeça de alguém e foca o tiroteio contra Waldir Pires. A mídia desinforma.

Leia a entrevista à Terra Magazine

Terra Magazine - Ministro, leio nas folhas que o sr. foi demitido. Procede?

WALDIR PIRES - Eu não fui demitido pelo presidente, nem pedi demissão. Só quem me demitiu foi a mídia.

Terra Magazine - Mas...

WALDIR PIRES - Nomear e demitir é uma prerrogativa do presidente da República. Mas esse assunto não foi tratado por nós. Apenas pela imprensa.

Terra Magazine - Que o responsabiliza, em grande parte, pela crise...

WALDIR PIRES - Eu não tenho absolutamente nenhuma responsabilidade legal ou formal sobre a gestão sobre essa área técnica. Sou ministro da Defesa, na verdade tento montar um Ministério depois de 200 anos, pois ele não existia. Mas tentam me atribuir uma responsabilidade, seja formal, ou legal, que não tenho.

Terra Magazine - Como assim?

WALDIR PIRES - A gestão desse setor aéreo e de tudo o que está sendo discutido nesses meses não cabe nem normativa, nem legalmente, nem formalmente, ao ministro da Defesa.

Terra Magazine - Há um vazio?

WALDIR PIRES - Eu não tenho poder para tomar decisões nessa área. Há, de fato, um vazio. E por isso já estava conversando com o presidente, que vê com muita simpatia a busca de uma solução.

Terra Magazine - Que solução é essa?

WALDIR PIRES - Existe um órgão chamado Depac, Departamento de Política de Aviação Civil, que é um órgão burocrático, que na verdade só existe burocraticamente. O que já estávamos conversando antes do acidente em Congonhas é, sem nenhum ônus para o Tesouro, criar a Secretaria de Política de Aviação Civil que, ela sim, terá poderes para intermediar e ordenar as coisas no setor.

Terra Magazine - O sr. se refere a essa sopa de siglas e funções, Decea, Infraero, Anac...?

WALDIR PIRES - Exatamente. Há um vazio normativo e de execução. Não fujo às minhas responsabilidades, mas o fato é que não tenho poderes de gestão, nem de mando, nem de determinar, porque não existe uma política consolidada para o transporte aéreo. E termina isso tudo vindo informalmente para o Ministério da Defesa, que não tem poderes para tanto. Não tenho poderes de gestão sobre essa área técnica. Já há, inclusive, um nome para esse posto.

Terra Magazine - Quem é ele?

WALDIR PIRES - É o brigadeiro Godinho, que está aqui ao meu lado.

Terra Magazine - Qual é a sua função hoje?

WALDIR PIRES - Basicamente, organizar uma política de defesa, que há muito tempo o Brasil não tem. O mundo está mudando muito rapidamente, estamos vivendo uma era de perspectivas duras para a civilização humana.

Terra Magazine - O que o sr. quer dizer com isso?

WALDIR PIRES - Não temos mais a Guerra Fria, mas o mundo vive convulsões, guerras assimétricas, e o Brasil precisa preparar o sistema não de guerra, mas de defesa. Tem que se capacitar tecnologicamente, tem que ter uma indústria capaz nesse setor e tem que modernizar suas Forças Armadas. Não podemos fazer de conta que o mundo hoje não é o que ele já é. É só olharmos para os fatos.

Terra Magazine - O presidente conhece esse seu pensamento?

WALDIR PIRES - Claro que conhece. Temos conversado sobre isso. O Brasil tem uma política de cooperação e aglutinação na América do Sul. Temos que estar atentos às nossas responsabilidades.

Terra Magazine - Por fim, em relação à questão do novo aeroporto...

WALDIR PIRES - Congonhas não seguirá sendo um aeroporto de baldeação, de pinga-pinga. Será um aeroporto de ponte aérea, seja para Brasília, Porto Alegre, Salvador.

Terra Magazine - O sr. pode avançar um pouco sobre onde será o aeroporto de São Paulo?

WALDIR PIRES - A idéia geral inicial é de que seja em uma das cidades próximas a São Paulo onde já exista um aeroporto em funcionamento, uma área, e a partir daí se faria um novo grande aeroporto.

Terra Magazine - Que cidades, por exemplo?

Pode ser Pirassununga, ou Jundiaí, mesmo em Viracopos, isso tudo ainda será objeto de estudos, mas essa é a idéia de partida.

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