13 de julho de 2007

 

Estado ganha mais de R$ 1 bilhão para obras

Assim a Tribuna da Bahia noticiou Lula na Bahia:

Tribuna da Bahia – Sexta-feira, 13 de julho de 2007

O presidente Lula anunciou ontem à tarde, em Salvador, um investimento de R$ 1,36 bilhão em obras de saneamento básico e urbanização de favelas em 21 municípios baianos – previsto no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) – e ainda comunicou a prorrogação, até dezembro, da dívida dos produtores. O presidente se comprometeu a estudar um programa de recuperação da lavoura cacaueira para o qual o governador Jaques Wagner pediu R$ 2 bilhões.

Como os técnicos já dominam o manejo e o sistema de clonagem, este dinheiro investido ao longo de oito anos, segundo Wagner, faria com que a Bahia voltasse a ser exportadora de cacau – produto que atualmente importa. “O preço está bom no mercado internacional, é hora de tratarmos da recuperação da lavoura”, disse o governador.

O presidente também ressaltou que serão finalizados o projeto do Salitre, em Juazeiro, e o Baixio de Irecê. “Esses dois projetos de irrigação são de extrema importância para a Bahia”. O anúncio foi feito durante a cerimônia de assinatura de acordos entre o governo federal e o governo do Estado, realizada no Teatro Castro Alves (TCA), no Campo Grande, que contou com a presença dos ministros baianos Geddel Vieira Lima (Integração Nacional) e Waldir Pires (Defesa), Márcio Fortes (Cidades), além da “dama de ferro” Dilma Rousseff (Casa Civil), que é coordenadora do PAC.

Do total de R$ 1,36 bilhão, R$ 830,6 milhões serão destinados aos projetos de saneamento e R$ 538,5 para urbanização de favelas. A maior parte deste investimento vem do governo federal: R$ 1,2 bilhão (88%). Em contrapartida, o governo do Estado investirá R$ 137,7 milhões e caberá aos 21 municípios apenas 2% de investimento, ou seja, R$ 25,9 milhões.

Além de Salvador, os projetos também contemplam mais 20 municípios: Ilhéus, Itabuna, Juazeiro, Lauro de Freitas, Santo Amaro, São Félix, Simões Filho, São Francisco do Conde, Vera Cruz, Vitória da Conquista, Barreiras, Cachoeira, Camaçari, Cruz das Almas, Feira de Santana, Itaparica, Madre de Deus, Maragogipe e Muritiba.

Ao todo, 700 mil famílias serão beneficiadas com as obras, que prevêem ampliação dos sistemas de abastecimento de água e de esgoto sanitário da RMS, despoluição da Baía de Todos os Santos com a recuperação de mananciais, erradicação de palafitas, remoção de moradias em áreas de risco e revitalização do Rio São Francisco. “Nós queremos contratar essas obras ainda este ano. Por isso, priorizamos aquelas cidades, em sua maioria com mais de 150 mil habitantes, que tinham projeto básico, licença ambiental e regularização fundiária. E quero destacar a articulação do governador Jaques Wagner para conseguirmos estar assinando esses projetos aqui”, ressaltou a ministra-chefe da Casa Civil.

O presidente Lula chegou a Salvador em plena onda de greves, como a dos professores universitários que ainda persiste e a recém-paralisação deflagrada pelos delegados de polícia. Em seu discurso, o presidente Lula aconselhou o governador Jaques Wagner a ter calma, a ouvir o povo nas ruas, mas não perder noites de sono por conta de matérias contrárias ao seu governo.

“Não leia jornal de manhã, tome café primeiro, vai trabalhar, quando o sangue estiver quente você pode ler o jornal. Vai sair uma matéria amanhã contra você, deixa sair. Não perca uma noite de sono por isso. Não fique com azia porque isso mata, você tem que ficar tranqüilo para governar. Quando você estiver aperreado, me ligue, terei sempre um bom conselho. Agora, quando o meu conselho não prestar, vai andando na rua e comece a perguntar para o povo as coisas. Certamente, com a sabedoria anônima do povo brasileiro, eles vão saber dizer as coisas boas que você tem que fazer”, disse o presidente, ressaltando que o governador não precisa se preocupar com a parceria com o governo federal. “Se eu trouxe dinheiro para o governo deles, vou trazer muito mais para o seu governo”.

No entanto, Lula condenou a onda de greves no Estado e fez um apelo aos sindicalistas. “Vocês sabem que eu jamais serei contra greve, porque fiz a primeira greve depois do regime militar. Agora, é preciso que a greve não perca a racionalidade. O companheiro Wagner tem seis meses de governo, já pegou uma greve de 58 dias. As pessoas não podem querer que alguém, que ainda está montando a máquina de governo, seja obrigado a ter condições de recuperar os prejuízos que as pessoas fizeram durante anos quando a direita governava nesse Estado, nesse município e nesse País”. (Por Raiane Verissimo)


Geddel Vieira dá o tom político da festa

Numa solenidade em que as atenções estavam mais voltadas para as cifras bilionárias do PAC e as obras programadas para beneficiar dezenas de cidades baianas com serviços essenciais, coube ao ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, dar o tom político que agitou a platéia. O ministro começou com uma autocrítica, defendeu com veemência a transposição do São Francisco e terminou exaltando a importância da aliança entre o PT e seu PMDB, em nome da “continuidade das grandes transformações que vivem a Bahia e o Brasil”.

Chamado, segundo ele, de surpresa para discursar, Geddel dirigiu-se ao “fraternal e queridíssimo amigo” governador Jaques Wagner para dizer que tem na vida a postura de “ouvir argumentações e posições” e, se for o caso, mudar as suas, o que ocorreu em muitas oportunidades de sua trajetória política. Assim, tendo passado de adversário a colaborador do presidente da República, atestou que “Lula é grande, porque sabe absorver os que dele discordam” e, “com um coração do tamanho do Brasil, trabalha sempre voltado para os que pouco ou nada têm, nem mesmo a esperança de dias melhores”.

O ministro beirou o poético quando comentou a transposição do São Francisco, descrevendo a terrível seca que castiga o Nordeste setentrional, “onde até os mandacarus erguem seus braços esquálidos aos céus, pedindo clemência a Deus”. E justificou a posição que adotou, de apoio ao projeto, ao qual foi contrário no passado: “Graças a Deus não sou doido. E não sendo doido, não tenho idéia fixa”. Do ponto de vista técnico, criticou os que condenam a transposição, afirmando, que “levar para regiões necessitadas 1,6% das águas do rio, águas que seriam jogadas no Oceano Atlântico, não significa matar o São Francisco”.

Referindo-se ao grupo político que governou a Bahia nos últimos 16 anos, Geddel disse que seus integrantes “agora atacam a transposição, mas nunca colocaram um centavo no orçamento” para fazer alguma coisa pelo rio ou pelas populações de suas áreas de influência. Para demonstrar as novas práticas políticas em voga no Estado, citou os recursos destinados, na própria solenidade, ao município de Juazeiro, cujo prefeito, Misael Aguilar, estava presente, no palco, ao lado do presidente Lula e demais autoridades. “Quem diria que Misael, um prefeito do PFL, poderia estar aqui?’, perguntou.

Em outras circunstâncias políticas, disse ele, adversários não teriam vez na distribuição de verbas que, em última instância, existem para beneficiar a população, seja qual for o partido no poder. E lembrou a importância de, numa época adversa, “ter dado as mãos a Jaques Wagner, trabalhado para unir o PT ao PMDB, ao PSB de Lídice da Mata, ao PCdoB de Daniel Almeida”, numa aliança que entende deve ser mantida “para o melhor futuro da Bahia” – afirmação que envolve, necessariamente, as eleições de 2008 e 2010. (Por Luis Augusto Gomes)

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