19 de maio de 2007

 

Relação do governo federal com Gautama é antiga, dos tempos de FHC

O ministro da CGU, Jorge Hage, declarou hoje (19) que a maior parte dos contratos com a Gautama vem do governo FHC e que entraram pelo Governo Lula por força legal. E não tem certeza de que em todos há ilegalidade. As declarações acabam favorecendo o prefeito de Camaçari, Luiz Caetano, que insiste em dizer que não há contrato entre sua prefeitura e a Gautama.

LEIA MATÉRIA DA AGÊNCIA BRASIL:

RELAÇÃO DA GAUTAMA COM GOVERNO É ANTIGA

Marcela Rebelo
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Jorge Hage, disse hoje (19) que a relação entre o governo federal e a empresa Gautama "vem de muito longe".
A empresa está sendo investigada pela Operação Navalha, da Polícia Federal, e é apontada como líder de um suposto esquema de desvio de recursos públicos em licitações para obras.

Um levantamento feito pela CGU mostra que o governo federal pagou R$ 103,1 milhões, entre 2000 e 2006, em contratos com a Gautama. Desse total, R$ 53 milhões foram pagos entre 2000 e 2002 e os outros R$ 50,1 milhões entre 2003 e 2006.

"A maior parcela de desembolsos para Gautama ocorreu no governo passado", ressaltou Hage, em entrevista à Agência Brasil. "O que isso significa? Significa que a relação entre essa empresa Gautama e o governo federal não é coisa do atual governo, ela vem de muito longe".

Considerando-se o valor de todos os contratos firmados entre o governo federal e a empresa no período de 2000 a 2006, incluindo aqueles que ainda não foram pagos, o montante chega a R$ 157 milhões.

Desse total, R$ 142,8 milhões correspondem a contratos celebrados entre os anos de 2000 e 2002. De 2003 a 2006, o valor totaliza R$ 14,2 milhões. "É exatamente 10% do valor contratado no governo passado.

Entretanto, alguns desses contratos continuaram, obviamente. Se foi contratado em 2001-2002 para fazer uma obra grande, esse contrato se projeta em 2003-2004 e continua sendo executado já no governo atual".

Hage afirmou que a CGU também encontrou contratos entre o governo federal e Gautama referentes a 1998. Se forem considerados os contratos a partir dessa data, o valor passa de R$ 157 milhões para R$ 170 milhões.

Segundo o ministro, a CGU começou a investigar a Gautama no início deste ano, a partir de denúncias da Polícia Federal. "Esse levantamento é conseqüência da operação, porque além de a Polícia Federal mandar rastrear os convênios a partir das referências feitas em escutas telefônicas gravadas com autorização judicial, eu determinei um levantamento completo, nas bases de dados do governo federal, de todos os contratos diretos do governo federal com a empresa Gautama".

Hage ressaltou que esse é apenas um primeiro levantamento, e não significa que há irregularidades nesses contratos que totalizam R$ 157 milhões. "Esse é o total contratado. Se tem ou não tem irregularidade é algo que só vamos saber depois, com a análise que vai ser feita".

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