19 de maio de 2007

 

Polícia Federal mostra vocação ditatorial na Operação Navalha

Democracia é democracia. Ditadura é ditadura. Mas não para a Polícia Federal. Os advogados de Luiz Caetano, prefeito de Camaçari, preso sob acusação de envolvimento com a empreiteira Gautama, foram impedidos de falar com seu cliente. Maurício Vasconcelos, presidente da Comissão de Direitos e Prerrogativas da Seccional da Bahia da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), chegou a dizer que sentia saudades do AI-5 – o Ato Institucional de 1968 que radicalizou a ditadura militar e cerceou os direitos dos presos políticos.

O presidente da OAB da Bahia, Saul Quadros, foi chamado para interferir. Somente assim o ministro da Justiça, Tarso Genro, liberou o acesso dos advogados aos seus clientes. E desde quando é preciso interferência de ministro da Justiça para garantia de direitos? Saul Quadros classificou o fato como absolutamente anormal num Estado de Direito. Não foi apenas um mal-entendido não.

Debaixo deste angu tem caroço. A ministra baiana Eliana Calmon tem uma participação muito estranha nisso tudo. Primeiro, evitou a prisão do governador do Maranhão, Jackson Lago, com filigranas jurídicas. Depois, insistiu na prisão de Luiz Caetano, prefeito de Camaçari, apesar das evidências de que a prefeitura não tinha contrato com a empreiteira Gautama. Por último, considerou “flagrante” uma escuta telefônica de um ano atrás, que incriminava o deputado distrital de Brasília, Pedro Passos.

A essa altura estou rezando para que não ressuscitem o pau-de-arara nos interrogatórios.

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