26 de abril de 2007

 

Lula insiste em levar água para o Nordeste

O projeto de Integração do Rio São Francisco às Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional tornou-se irreversível, desde que foi incluído no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Um grande obstáculo já foi vencido, pois o difícil IBAMA já emitiu a Licença Ambiental. É triste ver setores da Igreja Católica fazendo campanha contra o projeto, que vai beneficiar 12 milhões de pessoas e, inclusive, garantir o fornecimento d´água para importantes capitais nordestinas ao normalizar o nível de grandes açudes.

É claro que a transposição das águas do rio São Francisco gera grande impacto ambiental. Mas, qual obra de engenharia não gera impacto ambiental? Não vi essa gritaria da Igreja Católica quando foram construídas 20 represas e 23 dutos para irrigação com as águas do São Francisco ao longo de décadas. Ao contrário do que pensam os opositores, o projeto da transposição está acelerando a revitalização do São Francisco. Recursos estão sendo alocados e obras executadas.

Como as restrições técnicas estão sendo vencidas, o centro da discórdia vai se deslocando para o destino das águas desviadas. A Igreja Católica pede ao governo emprego e renda, mas, faz restrição ao uso das águas para o agronegócio e a indústria, atividades econômicas que geram emprego e renda. É tudo muito contraditório. O projeto da transposição das águas pode transformar o Nordeste Setentrional numa espécie de Califórnia, fronteira hidroagrícola em pleno semi-árido dos EUA, com água retirada dos rios Sacramento e San Joaquim. A água para o Nordeste deve servir para consumo humano, abastecimento dos grandes açudes e para implementação de projetos agrícolas, demonizados pelos padres como “agronegócio”.

A revista Fórum de abril (com Leonardo Boff na capa), que está nas bancas, edita interessante reportagem sobre a transposição, embora com o viés de oposição à obra. A Fórum informa que regiões da Paraíba e Rio Grande do Norte têm tão grande déficit hídrico que nem os opositores do projeto ousam criticar. Daí alguma tolerância para o Eixo Leste do projeto. Já no Eixo Norte, como consideram que não há risco imediato de desabastecimento d`água, eles radicalizam as críticas porque o agronegócio e as indústrias seriam os mais favorecidos. Novamente a contradição com a eterna demanda por emprego e renda. É muito difícil entender essa gente.

O chamado movimento social, incluindo o bispo de Barra dom Luiz Cappio, a Cáritas e ongs em redor, no entanto, apesar da postura conservadora e reacionária, provoca uma conseqüência positiva, ao chamar a atenção para a necessidade do projeto garantir água tratada e esgoto para as cidades ribeirinhas do São Francisco e cobrar mais recursos para a revitalização do rio, de seus afluentes e mais rapidez na recuperação das matas ciliares de todas as bacias.

Já são 600 mil hectares de área desmatada nas margens do São Francisco e de seus afluentes. Eles têm razão. Atualmente, o governo já produz 4 milhões de mudas por ano (nunca se viu isso antes, mas, são necessários 30 milhões de mudas de espécies nativas por ano. Não é tarefa de um governo só, mas do envolvimento de toda a sociedade. Os radicais fundamentalistas da Igreja Católica deviam, em vez do foco negativo, se concentrar em construir esse movimento social. A água que o Nordeste tanto precisa viria mais rápido.

Os padres baianos, a extrema-esquerda e o PFL deviam parar com a palhaçada. Água para o Nordeste. Lula será eternamente lembrado.

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