9 de outubro de 2006

 

Alckmin mentiu sobre existência de escolas de lata

O candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, mentiu neste domingo, no debate da Bandeirantes ao afirmar que não existem mais escolas de lata no Estado. A própria secretaria Estadual da Educação afirmou em março que ainda existem 76 escolas do tipo.

Segundo a Folha de S.Paulo de 30 de março de 2006, as 76 escolas estão espalhadas pela Grande São Paulo e pelo interior, mas a maioria se encontra na capital. São 40 na cidade, 19 na região metropolitana e 17 no interior.

Acabar com as escolas de lata no Estado era uma das promessas de campanha de Geraldo Alckmin na última eleição.Para fingir que não mais existem escolas de lata, Alckmin e sua equipe afirmam que as escolas ainda existentes são construídas no “padrão Nakamura”, negando que sejam escolas de latinha, ainda que o latão seja o principal material usado nessas obras.

Somente na Zona Sul da capital paulista e em Guarulhos (Grande SP), existem pelo menos 27 escolas de lata, de acordo com uma lista fornecida pela Apeoesp (Sindicato dos Professores no Ensino Oficial do Estado de São Paulo) à reportagem de Linha Direta, publicação do PT-SP.

As escolas feitas de lata causam malefícios diários aos seus alunos. Excesso de calor ou de frio, dependendo do clima, e barulho que não permite aos alunos assistirem direito às aulas são somente alguns dos problemas enfrentados.

A reportagem de Linha Direta esteve e, agosto no bairro Recreio São Jorge, em Guarulhos, na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Bom Pastor, toda feita de latão, no melhor “padrão Nakamura”.

Muitos alunos passam mal com o calor e não conseguem estudar direito.A estudante Thainá (foto abaixo), de 10 anos, diz que é “muito quente” sua escola e que quem sente mais calor são as crianças do andar de cima. Nos dias frios, “de manhã, a gente tem que vir com duas blusas”, reclama a menina.

“E a gente tem que brincar de pega-pega no recreio para poder esquentar”, conta. Em todo o Estado, são 215 as escolas do tipo, causando transtornos a pelo menos 172 mil estudantes A mãe de Thainá, Luzia da Costa, diz que se queixou à direção da escola. “Ninguém resolve nada”, lamenta. “Eles prometeram mudar a escola, mas até agora nada aconteceu”, diz.“Já fiquei com dor de cabeça um monte de vezes”, conta Bruna, 14 anos, que cursa a 8ª série. “Aí eu desço para a diretoria, no térreo, e fico sentada, esperando passar”, diz. “Outro dia meu irmão começou a vomitar por causa do calor e teve que ir para casa”, conta Jéssica, 10 anos, aluna da 4ª série.

A precariedade das escolas de lata faz com que os estudantes fiquem até mesmo sem aulas quando chove. A explicação é simples. Como o barulho da chuva é muito forte, o professor tem que escolher se grita ou espera a chuva passar. Outras vezes, são os próprios alunos que não suportam a temperatura e vão embora para casa, o que é mais freqüente à tarde, quando o calor muitas vezes é mais intenso. Interrupções menores, nas classes do piso térreo, também ocorrem. “A gente escuta quando alguém caminha em cima”, diz Ana Paula, do terceiro ano do ensino médio. “A criançada sabe disso e bate o pé para fazer bagunça”, conta.

Taxa de aprovação

A política do governo tucano na área da educação pode ser sentida na taxa de aprovação do ensino médio de São Paulo. A taxa tem queda quase contínua desde 1997 e caiu sucessivamente nos últimos 3 anos.

Em 1997, 83,6% dos estudantes do ensino médio obtiveram aprovação. O valor foi diminui do, com alguma oscilação, até 2003, quando atingiu 78,97%. No ano seguinte, a taxa foi para 78,3% e, em 2005, atingiu 77,4%.

Outros resultados depõem contra o governo Alckmin. Dados do Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica) para São Paulo demonstram que o aprendizado oferecido em 1995 no Estado, embora crítico, era melhor que o apresentado no ano de 2003. Na avaliação do último Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), dentre os Estados da federação, São Paulo ficou em nono lugar.
Do Portal do PT-SP (www.pt-sp.org.br)

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