28 de agosto de 2006

 

A CNBB caiu na real: Lulá lá

Estou lendo aqui no Estadão, com algum atraso. Se for mentira, a mentira é do Estadão. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que fazia críticas ao Governo Lula, baixou o tom e já começa a fazer projeções sobre a reeleição do presidente Lula. A CNBB classificou um eventual segundo mandato como "uma prova de fogo" para o presidente. E completou: seria a oportunidade para ele provar sua vontade política de democratizar a sociedade brasileira.

Obviamente, há um engano na afirmação. Presidente nenhum seria capaz de democratizar uma sociedade. As sociedades SE democratizam e a brasileira é bastante autoritária. Segundo o Estadão, para o secretário-geral da CNBB, d. Odilo Scherer, o presidente teve pouco tempo para enfrentar problemas estruturais e históricos do País.

"No primeiro mandato, muitas das promessas do Lula não foram concretizadas. Num segundo mandato, ele teria possibilidade de levá-las adiante. Não é com um toque de mágica que ele resolve as coisas. Embora haja maior número de programas de distribuição de renda, por exemplo, ainda é pouco diante do que o Brasil precisa e deseja. É claro, num segundo mandado há maior possibilidade de ele continuar e aprofundar os programas".

Obviamente, há outro engano aí. TODAS as promessas eleitorais de Lula foram cumpridas. As expectativas históricas do PT e da CNBB é que ainda não foram atendidas. Isso, é outra história.

CNBB NÃO QUER RETROCESSO

Questionado se outros candidatos não poderiam levar em frente tal tarefa, d. Odilo rebateu: "Mas outros candidatos ainda têm de mostrar que são capazes de fazer também”. Num outro momento, Scherer disse que o País precisa de um candidato que ajude o Brasil a dar passos para a frente: "Não queremos voltar para trás."

O vice-presidente da CNBB d. Antonio Celso de Queirós admitiu que o programa apresentado pelo PT na campanha anterior era o que mais se encaixava com as expectativas da CNBB. "Lula se apresentou como o candidato que ia resolver todos esses problemas. Nós sabemos que não existe uma pessoa que vá resolver tudo", ponderou. Queirós argumentou ainda que a situação enfrentada pelo Brasil é fruto de problemas históricos que não acabam em pouco tempo.

O vice-presidente da CNBB também falou sobre as denúncias de superfaturamento na compra de ambulâncias, o caso das "sanguessugas". Ele lastimou o fato de as denúncias terem surgido somente agora, num período pré-eleitoral, e defendeu a necessidade de investigações sérias. "Não é porque um político foi citado que ele está envolvido". Ele admitiu, porém, que as irregularidades existem, e não é de hoje. "Infelizmente faz parte da cultura do político brasileiro". Para Scherer, não cabe à CNBB fazer uma lista dos culpados em esquemas de corrupção. "Mas aconselhamos que eleitores votem em pessoas idôneas".

Estou mais do que feliz, a CNBB caiu mesmo na real. Lula-lá.

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